Exterogestação, os benefícios psicológicos para mãe e bebê

Por Rafaela Schiavo – 12 Maio 2016


Os bebês humanos não nascem com um grau razoável de independência como ocorrem com outros mamíferos, nossos bebês apresentam dependência absoluta, pois, nascem antes do tempo de maturação do cérebro, isto ocorre porque se, os bebê ficassem mais do que 40 semanas no útero materno seu cérebro continuaria a se desenvolver e crescer, o que impediria a passagem do bebê pelo canal vaginal no momento do parto. A exterogestação são os três primeiros meses após o nascimento do bebê que foi chamado por Harvey Karp de o quarto trimestre gestacional, é considerado uma espécie de continuidade de gestação fora do útero. Os bebês humanos nascem totalmente dependentes de cuidados como a alimentação e higiene, se o ambiente falhar nesses cuidados o desenvolvimento do bebê não ocorrerá de forma saudável, podendo oferecer risco para o desenvolvimento ou até mesmo a morte do bebê.
O cérebro do bebê precisa receber estímulos do meio para que a criança possa se desenvolver adequadamente, portanto, o bebê não pode ser privado de estímulos sonoros, visuais, táteis e gustativos. É por meio dos órgãos do sentido que o bebê vai conhecendo e internalizando o mundo.
Winnicott chamou de preocupação materna primária os comportamentos maternos de extremo cuidado e identificação com o bebê, para ele a mãe precisa regredir para captar todas as informações que o bebê emite por via de seu corpo, todos os sinais de prazer e desprazer a mãe deve captar para atender as necessidades do bebê, é como se o bebê fosse ela e ela fosse o bebê. Portanto, aquela mãe que não adoeceu mentalmente após o parto, em geral é uma mãe responsiva ao bebê, ou seja, que atende as demandas da criança. Ela é o braço, as pernas e todo o corpo do bebê.
A mãe responsiva é aquela que oferece carinho, proteção, cuidado e estimulação adequado para o bom desenvolvimento do bebê, ou seja, ela deve estar atenta aos sinais do bebê quando o mesmo está com frio ou calor, com fome ou saciado, com dor, incomodado, com sono, entre outros. Esse conhecimento leva a intimidade entre mãe e bebê e uma forte vinculação. A mãe que atende de forma adequada essas necessidades do bebê mostra a criança que o mundo fora do útero também pode ser um lugar bom de se viver, facilitando assim que a criança possa nos próximos meses explorar o ambiente sentindo-se seguro para isso.

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