Fiquei triste após saber o sexo do bebê

Por Rafaela Schiavo – 18 Junho 2015


Fiquei triste após saber o sexo do bebê

Um dos desejos mais frequente de gestantes, casal grávido e seus familiares é conhecer o sexo do bebê que fará parte da família. Muito tempo antes da invenção do ultrassom, a humanidade já se preocupava em tentar descobrir antes do nascimento o sexo da futura criança.

Hoje com o avanço da tecnologia é possível conhecer o sexo do bebê de forma precisa cada vez mais cedo. Entretanto conhecer o sexo do bebê nem sempre é motivo de alegria para algumas gestantes.

Conhecer o sexo do bebê pode tanto ser um evento positivo como negativo dependendo da história de cada gestante. A transição para a parentalidade inicia-se muito antes da gravidez, iniciasse na infância. Que menina nunca brincou de boneca? Brincar de boneca é identificar-se com o papel de mãe, é internalizar por meio da brincadeira as funções maternas, muitas meninas cuidam e até mesmo dão nome as sua bonecas/filhas.

As fantasias a respeito da maternidade não acabam na infância, apenas iniciam nela. Ao longo da vida da mulher, um bebê imaginado a acompanha em suas fantasias e devaneios. Desde muito antes de engravidar, portanto, mulheres imaginam-se mães de uma criança com determinadas características e em muitos casos imaginam-se mães de uma menininha ou de um menininho, muitas vezes até com nome já escolhido. É desde a infância, portanto, que muitas mulheres vão construindo sua identidade materna que será colocada em prática quando em fim se tornar mãe.

Quando finalmente essa mulher engravida, as fantasias que a acompanharam ao longo de sua vida se tornam cada vez mais intensas. Uma mulher que desejou ser mãe de uma menina e o resultado do ultrassom for que essa será mãe de um menino, ou vice versa, pode levar a mulher a entristecer. Sentir essa tristeza é perfeitamente normal, não faz da mulher um monstro por rejeitar o sexo da criança. A tristeza pode ser entendida como uma fase de luto, onde a gestante deverá fazer o luto pelo bebê idealizado, podendo dar lugar para o bebê real.

Em geral parte das gestantes consegue fazer esse luto de forma tranquila e saudável, entretanto, para outras esse processo de luto pode não ser solucionado de forma tranquila, podendo inclusive levar a mulher a apresentar sintomas depressivos após o conhecimento do sexo do bebê. Muitas mulheres nessa situação em geral acabam sendo tomadas por um sentimento de culpa e vergonha, pois não aceitam o fato de não acolherem o sexo da criança e acabam se isolando e não falando sobre esse sentimento com outras pessoas por medo de serem julgadas e não serem compreendidas.

Se a mulher continuar a não conseguir fazer o luto pelo bebê idealizado, essa poderá, portanto, adoecer e a probabilidade de apresentar uma depressão pós-parto aumentarão, portanto, é preciso que haja espaço na sociedade para as mulheres poderem falar sobre esses sentimentos negativos em relação às vivencias gestacionais. É preciso que não só os familiares e amigos próximos da gestante possam acolhê-la, como também que os profissionais da saúde que a atendem possam também oferecer acolhimento aos sentimentos da grávida, principalmente aos sentimentos que não são socialmente aceitos.

Dessa forma, a gestante poderá se sentir mais a vontade para procurar um profissional da saúde mental para conversar sobre tais sentimentos e elaborar de forma mais saudável o luto pelo sexo do bebê idealizado.

Se você está se vendo nessa situação procure IMEDIATAMENTE um profissional da saúde mental como um psicólogo por exemplo, esse irá lhe ajudar a lidar com os sentimentos negativos em relação a gestação, você não está sozinha, outras mulheres também estão passando ou já passaram por esses mesmo sentimentos.

Temos que falar sobre isso!!

7 comentários Adicione o seu

  1. Ana Paula Ramos disse:

    MInha tia tem cinco filhas e seis netos (quatro meninas e dois meninos) e a minha outra tia tem três filhos (uma moça e dois homens) e quatro netos (todos homens) e tomara que vem a primeira netinha da vida dela!

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  2. dayana disse:

    estou na mesma situação tenho 2 meninos e estou gravida do terceiro estou muito triste sabendo q nunca terei a minha menina.So sei chorar nao tenho animo pra mais nada sinceramente eu qria morrer.

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    1. Monique disse:

      Nossa estou na mesma situação ,eu tinha tanta certeza que seria uma menina agora pra liga 3 filhos e ótimo mais com 15 semanas o médico viu um menino ,não to explaguejando meu filho ,já comecei a ver o enxoval ,até estou rindo para as pessoa e dizendo que já amo o bebe escolhi o nome a cor do quarto …
      Mais precisava falar a verdade se eu perdesse esse bebe seria o melhor pra todos ,pro bebe que iria voltar pra Deus e pra mim que não iria passar por essa vergonha …

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      1. Nena disse:

        Monique querida, tenha Fé que Deus não erra, verá quando esse bebê nasver que não poderia ser diferente, e o amará muito. Afaste os maus pensamentos, lute contra que esse sentimwnto de rejeição vai passar. Essa ctiança será teu protetor e companheiro. Passei por isso na gravidez da minha filha, sofri muito por sentir esse sentimento, me julguei, sofri. Agora estou grávida novamente de 13 semanas e estou vivendo a mesma situação, espero não viver td tão intensamente…na primeira gravidez queria e achava que seria um menino, veio menina, da segunda achei que era uma menina e queria uma menina e tudo indica com praticamente certeza, será um menino. Não devemos nos culpar e sofrer ppr isso, nossos bebês nos amam e precisam do nosso amor e carinho, esse mundo já está tão triste, não podemos plantar tristeza onde devemos fazer o amor eclodir. Bkss no coração de todas!!

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  3. Luciana Rocha disse:

    Olá! Sinto muito por sua dor e angústia, Mirela. E sinto também por essa experiência ruim com a psicoterapia. Infelizmente, é comum nos frustramos diante do conhecimento do sexo do bebê. Antes de sabermos, sonhamos com uma família de uma forma e, muitas vezes, idealizamos a relação. Quando descobrimos, precisamos repassar tudo em nosso coração e em nossa mente. Esse processo de ressignificação costuma acontecer naturalmente, com o passar do tempo e aceitação da gestação. Porém, algumas vezes, não acontece assim. A dor é muito mais profunda e a adaptação requer de nós estratégias ainda desconhecidas. A psicoterapia pode ser a sua maior aliada nesse processo. Que tal se dar uma nova chance? Com um novo profissional? Nos escreva dizendo o que acha, talvez, consigamos uma indicação de um profissional pertinho de você. Além disso, conte conosco sempre.
    Com muito carinho,
    Luciana Rocha
    Equipe de Acolhedoras Temos que Falar Sobre Isso

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  4. Mirela disse:

    Eu fiquei frustrada quando soube do sexo do meu segundo filho…outro menino. Acho que tive até depressao, porque chorei por meses. E fui numa psicóloga que me xingou toda por eu ter tido esse sentimento, dizendo que eu era imatura….que eu tinha que ser feliz por ser mãe, independente do sexo.
    Enfim…acontece que meu bebê já nasceu, há quase 1 ano e eu vejo que ainda não superei. Não que eu não cuide do meu filho, cuido muito bem. Mas estou muito triste por saber que nunca vou realizar o sonho de ter uma menina.
    E os sentimentos vão piorando a cada dia…não sei o que fazer. Por que sinto isso? Por que quero tanto uma menina? Por que não consigo superar?

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    1. Nena disse:

      Vai superar amiga, td passa. As vezes nao temos as repostas na hora que queremos, mas acredito que td tem sua hora. Quem sabe um dia terá sua menina, tudo vai dar cert, eu te compreendo. Só quem já passou por isso para saber ou quem tem muita compreensão…Não é fácil para nós mães aceitarmos esses tipo de sentimento, ainda mais relacionado a filhos…Sou espirita e o que me ajudou muito foi frequentar a CE e ter muita Fé em Deus.

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