Depressão pré e pós-parto

Por Rafaela Schiavo – 29 Outubro 2015


A depressão pós-parto afeta cerca de 10% a 15% da população de mulheres em muitos países desenvolvidos. Entretanto essa porcentagem é mais elevada em países em desenvolvimento, como o Brasil. Na gestação, os sintomas de depressão, também, são mais frequentes em mulheres que vivem em países em desenvolvimento.

Os principais fatores de risco para depressão, no período perinatal são: história anterior de depressão, pobreza, poucos anos de estudo, ausência de suporte social, dependência de substâncias, violência domestica, não aceitação da gravidez, relacionamento insatisfatório e, apresentar sintomas de estresse na gestação.

Pesquisas recentes têm apresentado indicativos de que a sintomatologia depressiva não é mais comum no pós-parto do que na gestação e que mulheres com história de depressão na gestação são mais vulneráveis a novos episódios depressivos no pós-parto ou apresentam quadros depressivos persistentes.

Sabendo-se que no Brasil há alta prevalência de mulheres com sintomas de depressão no período perinatal é grande a necessidade que sejam implantados programas de atenção à saúde mental da mulher, nos serviços públicos de saúde em todo país. Na medida em que os quadros depressivos podem estar presentes já na gestação, ações para identificar sintomas de depressão e programas de intervenção deveriam ser implementados neste momento, quando é alta a frequência das mulheres ás consultas de pré-natal. Com isso, seria possível prevenir quadros de depressão no pós-parto, com graves consequências para a saúde da mulher e para o desenvolvimento da criança.


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